segunda-feira, 20 de outubro de 2008

SUPER-HERÓIS - A LIGA DA INJUSTIÇA

Mais um... até quando Hollywood produzirá comédias de nível precário a fim de entreter e divertir o público pagante? O que, imediatamente, nos leva a mais uma pergunta: até quando iremos sofrer?
Como se o nível de desrespeito ao espectador já não fosse o suficiente em sua difamada versão original, a produção brasileira que cuida da tradução dos títulos das películas simplesmente alterou o verdadeiro nome do filme em sua transição para o português - tudo bem que esta ação já se tornou comum em nosso país, mas desta vez a linha do exagero foi cruzada e deixada anos-luz para trás. No inglês, “Disaster Movie” (algo como “Filme de Catástrofe”, título que combina perfeitamente com a atuação, roteiro, direção, fotografia e demais categorias a serem analisadas na fita) passou a chamar “Super-Heróis - A Liga da Injustiça”. Fica clara a intenção de pegar carona no sucesso do também deplorável “Super-Herói: O Filme”, já que as supostas histórias dos longas não têm ligação alguma entre si.
Este seria o momento em que a sinopse contando a premissa do filme ocuparia alguns parágrafos. Mas simplesmente não há o que ser contado com relação à história temática principal, tudo o que precisamos saber é que o protagonista Will (Matt Lanter) tem um sonho, nele o garoto descobre que precisa devolver uma caveira de cristal ao seu lugar de origem, um altar. Caso isto não ocorra, será o fim de toda a humanidade.
Para ser mais exato, não há história alguma a se contar. A suposta sinopse não passa de uma desculpa para que várias cenas parodiando películas de grande sucesso mundial sejam amontoadas em um rolo de filme de 90 minutos. Se em uma cena os protagonistas correm de meteoritos, na seguinte os mesmos estão fugindo da versão fantoche de “Alvin e os Esquilos”, para, na próxima, estarem falando com um Batman que lamenta ter escolhido o dia para fazer compras.
O desrespeito chega a ser tanto que, pela primeira vez em uma fita do gênero, os produtores optaram por falar o nome dos filmes parodiados. Como se o público fosse ignorante o suficiente para não reconhecer a silhueta de um homem com chapéu que representa o Indiana Jones, ou até mesmo um ser humano que se transforma em um monstro verde ao ficar nervoso. Sendo assim, segue o raciocínio: Ou intenção inicial era fazer com que as pessoas que não tenham visto algum dos longas originais não ficassem perdidos na hora de alguma piada - o que não faz sentido algum, pois tudo ali tem sua linha inicial nas fitas que serviram de base - ou a caracterização ficou tão ruim que os produtores optaram por colocar esse artifício para que alguém entenda qual é o assunto parodiado no momento.
Enfim, não há direção, tudo acontece por acontecer.
Não há atuação, apenas algumas pessoas correndo em sets mal reproduzidos.
Não há roteiro, e sim um bando de cenas que, juntas, tentam formar um enredo.
Não há fotografia, ou é tudo muito colorido ou tudo muito escuro.
Não há efeito especial, apenas isopores e fantoches.
É, sem dúvida alguma, um dos maiores desrespeitos que Hollywood já teve para com o mundo. Se não houver um boicote contra esses temas pastelões, em pouco tempo a indústria cinematográfica será o mais novo manicômio no planeta - Steven Spielberg que o diga...

Nota: 0

Clique aqui e leia a crítica completa...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS

Antes de começar, apaguem de suas mentes quaisquer conceitos relacionados às adaptações de HQs para os cinemas, eles certamente não se encaixam no mais novo longa do Cavaleiro das Trevas. Pois o mesmo está longe de ser ‘apenas mais um’ filme de herói que chega às telas com intuito de agradar as crianças e famílias do mundo.
Seria impossível falar de “Batman - O Cavaleiro das Trevas” sem mencionar a exemplar campanha viral realizada pela produção nos meses de expectativa que antecederam a estréia da película. Foram horas, dias e até mesmo semanas para que cada ‘brincadeira’ do mestre Coringa (Heath Ledger) fosse desvendada. E, a cada solução encontrada, uma nova incógnita caia na rede. Fãs passaram noites acordados realizando atividades que iam de bater fotos de determinados lugares, até correr desesperadamente por avenidas sendo guiados apenas por dicas liberadas pela Warner (esse último envolveu o mundo todo, incluindo o Brasil). Tudo isso para que uma nova imagem ou vídeo fosse liberado. E esse é só o primeiro exemplo a ser seguido...
Outro grande trunfo do projeto foi a determinação em não mostrar absolutamente nada comprometedor durante sua campanha. Mesmo lendo todos os textos, vendo todas as imagens e assistindo a todos os trailers e comerciais de TV é impossível saber mais do que 30% da verdadeira história que envolve o filme.
Imagine o clima e o ambiente concebidos em “Batman Begins”. Agora pense nisso expandido inúmeras vezes: o resultado é uma atmosfera absolutamente nova.
A dinâmica agora é o drama que cerca a vida de Bruce Wayne (Christian Bale); sair vestido de morcego para limpar a cidade durante a noite já não é uma tarefa tão fácil. E isso começa a afetar mais ainda sua vida pessoal, chegando ao ápice de sua decadência nas trevas. O garoto rico que perdeu os pais quando ainda era criança parece não existir mais, nem um vestígio do homem que um dia foi Bruce Wayne é notado. O que vemos ali é uma pessoa dedicada a combater o crime a qualquer custo, ignorando até mesmo seus próprios limites.
E quando o promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart) começa a ganhar moral com as pessoas boas da cidade, Bruce vê uma chance de enterrar de vez seus dias como vigilante; deixando o heroísmo para uma pessoa de confiança como Dent. Denominado o “cavaleiro branco” de Gotham, Harvey faz o tipo incorruptível que sonha em dias melhores para a grande metrópole. Mas como nada é perfeito, as qualidades do mocinho não encantaram apenas o lado social e político da cidade, mas também o coração de Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal), o amor da vida de Bruce Wayne.
E as coisas estão realmente longe de serem perfeitas, como foi dito ao final do primeiro longa: a escalada do crime tende a crescer com as aparições de um homem carregado com equipamentos de alta tecnologia e dirigindo um tanque. E a resposta para equilibrar as coisas está em uma pessoa que simplesmente não segue nenhuma regra específica: um psicopata maquiado de palhaço conhecido como Coringa.
O diretor Christopher Nolan (O Grande Truque) fez o que parecia ser impossível: superar as expectativas de todos com relação a esta seqüência. Desde o início, Nolan optou por trilhar os caminhos da realidade, dando um motivo plausível para todos os acontecimentos da película. Eis que sua opção caiu como uma luva no universo do Homem-Morcego; sucesso que certamente se repete no segundo filme. Não há o que reclamar de sua direção, fez exatamente o que deveria ser feito. Até algumas críticas feitas a “Batman Begins” - como as lutas desfocadas - foram atendidas, corrigindo seus antigos erros e melhorando ainda mais o projeto.
Normalmente, a performance do ator principal é a primeira a ser comentada nas críticas cinematográficas. Mas neste caso, devemos “quebrar as regras” e falar do coadjuvante que dá o tom exato que o filme necessita: Heath Ledger (encontrado morto em um apartamento por overdose acidental de remédios em 22 de janeiro deste ano). Ledger vai além de interpretar um simples vilão que adora explodir coisas e intimidar o herói do filme com diversos tipos de ameaças, o ator incorpora o verdadeiro espírito do Coringa e faz um trabalho mais do que marcante. Detalhes básicos como passar a língua toda hora nas cicatrizes em seu rosto representando uma espécie de cacoete - vide os próprios costumes humanos ao perceber um pequeno machucado dentro ou fora da boca - até o de mudar completamente sua voz para dar vida ao personagem fazem de Ledger o ator de destaque maior destaque dessa nova saga do Cavaleiro das Trevas nos cinemas.
Mas não é por isso que Christian Bale (O Sobrevivente) manteve-se apagado durante os 152 minutos de exibição. O astro também deu show interpretando um Bruce Wayne melancólico e desmotivado em determinadas ocasiões e um Batman completamente revigorado e cruel quando era preciso. Mesmo sendo a primeira vez que o ator trabalha em uma seqüência, nota-se o empenho a dedicação do mesmo para com a produção. Bale faz questão de passar a sensação de um homem completamente desmotivado pela vida que leva, carregando o ambiente com um ar de tristeza, onde o drama fala mais alto.
Outro destaque, Aaron Eckhart (Sem Reservas) passa de um simples ator acostumado com pequenos planos a uma grande surpresa no maior filme do ano. Interpretando com extrema qualidade o mocinho cuidadoso e gentil, Eckhat nos proporciona uma das mais agradáveis atuações do longa. Mostrando como um homem pode ter seus valores alterados em um curto espaço de tempo, fazendo com que a porta para o caminho das trevas se abra bem na sua frente. Não é segredo pra ninguém que Harvey Dent viria a se tornar o vilão Duas-Caras no decorrer da fita, mas o surpreendente modo como isto é mostrado ao publico pagante é mais um dos motivos para agradecermos a Christopher Nolan e também a Aaron.
Desta vez tendo tanto destaque como os demais protagonistas citados acima, Jim Gordon (Gary Oldman) é mais do que fundamental nos momentos chave do roteiro. E, como não poderia deixar de ser, Oldman (Harry Potter e a Ordem da Fênix) não deixa nada a desejar; fazendo de seu personagem um policial beirando as raízes do descontrole.
Até mesmo Rachel Dawes - que em “Batman Begins” havia sido interpretada pela superficial e despreparada Katie Holmes - tem um papel mais importante no roteiro, amarrando mais ainda a trama. E a troca de atrizes foi uma das melhores decisões tomada pela produção, Maggie Gyllenhaal (As Torres Gêmeas) deu uma nova personalidade à personagem, fazendo com que a atuação sem sal de sua antecessora caia no esquecimento.
Michael Caine (Filhos da Esperança) retorna ao papel do sempre fiel mordomo de Bruce Wayne: Alfred. Morgan Freeman (A Soma de Todos os Medos) também retoma seu personagem em “Batman Begins”. E nem é preciso falar que os dois ganhadores de Oscar roubam todas as cenas em que participam.
Como se tudo isso já não fosse o suficiente, o roteiro do longa é um dos mais impecáveis já apresentados. Palmas mais uma vez a Christopher Nolan que o assina junto de seu irmão Jonathan. É como se cada elemento fosse jogado com extremo cuidado na tela para que não houvesse uma sobrecarga por parte da história, deixando a película extensa e complexa demais. Mesmo os detalhes que normalmente passam a impressão de falha ou buraco na trama são preenchidos com extrema qualidade.
Ou seja, “Batman - O Cavaleiro das Trevas” está longe de ser um simples filme de herói; muito pelo contrário, foge totalmente ao gênero. Torçamos para que as próximas produções sigam o exemplo e encarem com mais seriedade as adaptações de quadrinhos que tanto rendem aos estúdios Hollywoodianos. Pois fica aqui uma verdadeira aula de como se faz um filme policial/dramático - ou como quiser, a película pode ser encaixada em diversas espécies.
Parabéns a Christopher Nolan e toda a sua equipe de atores e produtores, vocês deram vida a um divisor de águas nos mais variados quesitos da indústria cinematográfica.

Nota: 10.

Clique aqui e leia a crítica completa...

sábado, 24 de maio de 2008

INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL

Steven Spielberg (Jurassic Park), George Lucas (Star Wars), Harrison Ford (Apocalypse Now) e tema musical de John Williams (trilha sonora da franquia “Superman”). O que mais poderíamos querer?
Dezenove anos após o último filme da estrondosa trilogia Indiana Jones, o arqueólogo mais conhecido do planeta retorna às telas cinematográficas reformulando sua série e aplicando novas visões ao conceito “aventura”. Inserindo novos elementos à já consagrada fórmula de sucesso, o diretor Steven Spielberg realça a atmosfera do longa, fazendo do mesmo, um espetáculo plausível para mentes de todas as idades.
Mesmo depois de anos engavetado nos estúdios da Paramount, é impossível não reconhecer Harrison Ford trajando seu inconfundível uniforme para a exploração de cavernas e tumbas há muito desabitadas. Tendo como complemento, obviamente, o clássico chapéu que raramente está em outro lugar a não ser sua cabeça.
Como já é de praxe na franquia, a época ambientada na trama é respeitada com alto vigor e seguida a risca pelos seus idealizadores. O ano dos acontecimentos é 1957, então a Guerra Fria é uma das bases por trás da história, fazendo com que seus elementos contribuam para excelentes seqüências e diálogos entre os protagonistas da fita.
É, também, o período em que os boatos e relatos de pessoas que afirmavam terem visto discos voadores estouraram nos mais variados cantos dos Estados Unidos. O que faz com que o roteiro gire em torno de um artefato alienígena - especificamente, o que dá o título ao longa: a caveira de cristal.
Logo no começo, temos uma noção básica de como a película irá se comportar nos 124 minutos de duração. Um grupo soviético - liderado por Irina Spalko (Cate Blanchett) - deseja o misterioso item para fazer uso de seus poderes sobre a raça humana, para isso, têm de contar com os conhecimentos do já envelhecido Indiana Jones. Obviamente, o arqueólogo recusa-se a ajudá-los, dando início a uma das melhores cenas de perseguição do filme, resultando em uma linda e insana explosão nuclear.
Após a fuga, Jones retorna ao que seria considerado sua ‘vida normal’: dar aula em uma universidade. Mas o professor logo recebe a notícia de que deverá deixar a escola devido a um problema envolvendo o FBI.
E é na mudança para outro estabelecimento que seu destino é completamente alterado, entra em seu caminho o jovem Mutt Williams (Shia LaBeouf). O garoto vai, a pedido de sua mãe - a já conhecida Marion Ravenwood (Karen Allen), par romântico do primeiro longa da franquia - procurar Indy para ajudá-lo na busca pelo desaparecido professor Oxley (John Hurt), um velho amigo do aventureiro. E este é só o começo da busca. O que, obviamente, não vai limitar-se a apenas isso.
O diretor Steven Spielberg prova, mais uma vez, seu grande conhecimento e aptidão pela arte de fazer filmes. O cineasta conduz majestosamente os seguimentos de ação e mostra que sabe como ninguém, o ângulo exato que uma câmera deve permanecer para que os expectadores tenham uma visão privilegiada da cena em questão; fazendo com que a película tenha um desenvolvimento diferenciado dos padrões naturais que estamos acostumados a ver nas produções dos dias atuais.
Spielberg vai além, faz da experiência adquirida ao longo de uma carreira de sucessos um dos pontos fortes de seu trabalho - o que, infelizmente, não vemos todos os dias nos profissionais hollywoodianos; vide os últimos longas do ator Nicolas Cage.
Como se a parceria entre Spielberg e Lucas por trás das câmeras já não fosse o suficiente para levar qualquer amante da sétima arte aos cinemas, a dupla formada pelos protagonistas da fita é quase tão fantástica quanto à de diretores.
Por um lado, temos a impecável atuação do já experiente Harrison Ford, o astro proporciona adrenalina ao espetáculo, dando um ar de conhecimento em suas palavras e gestos. É como se assistíssemos a um remake dos anos 80, podemos ver o ator pulando de carros em movimento, pendurando-se em seu chicote, disparando tiros e usando de arrogância em determinadas ocasiões. Mas, se o longo tempo encostado fez com que o personagem evoluísse, não podemos dizer o mesmo de seu ponto fraco: as cobras continuam sendo a kryptonita do arqueólogo; o que fica evidente em uma das várias cenas onde a comédia é explorada como o tema forte da película.
Do outro lado, o longa lança o mais novo companheiro nas aventuras de Jones: a jovem estrela Shia LaBeouf (Transformers). Com atuação digna de alto reconhecimento pela crítica mundial, o garoto mantém-se estável em todas as suas aparições, provando por que é considerado uma das maiores revelações do cinema nos últimos tempos.
Há de se comentar, também, a atuação da já veterana Karen Allen (Nunca Fui Amada). Para a alegria dos fãs, sua personagem está de volta à trama, ajudando Indy e o filho Mutt nas mais variadas fugas e lutas no decorrer do filme.
Por fim, temos o triste desempenho de Cate Blanchett (Não Estou Lá) como vilã da história; tornando-se assim, a ovelha negra da equipe de atuação. A atriz simplesmente não transmite o pavor necessário para um papel característico de vilão na narrativa de ‘mocinho e bandido’ que toma conta da atmosfera de toda a série Indiana Jones.
Os buracos são notáveis em grande parte do roteiro. Mas os mesmos são cobertos pelo entretenimento oferecido pelas mentes brilhantes por trás do projeto. Não se pode exigir realidade em um longa de um arqueólogo que se joga mundo afora em busca de artefatos místicos e cidades cobertas de ouro, tendo em mãos apenas um crânio de um ser totalmente desconhecido pela raça humana; como pôde ser visto neste último filme da franquia. E essa seja, talvez, a maior ‘arma’ da produção para com o público: a diversão de uma fita descompromissada que move famílias inteiras para o cinema com o único intuito de ver um longa-metragem em que a animação fala mais alto que qualquer erro de script.
Outro elemento que merece destaque é a fotografia da película. É gratificante, depois de quase duas décadas, rever apenas a silhueta de Jones contra a luz de fundo; mantendo o personagem de perfil para que seu chapéu fique em evidência nas imensas telas cinematográficas.
O grupo de efeitos-especiais faz sua parte. Não há nada de inovador, mas é magnífico ver o cogumelo da já citada explosão nuclear logo nos primeiros minutos do longa. Há alguns deslizes em determinadas cenas, mas estão longe de comprometer o trabalho final - de novo, diversão em primeiro lugar.
Enfim, eles conseguiram de novo! Proporcionaram um verdadeiro espetáculo que combina aventura, comédia, arrogância e boas atuações em um filme que, com certeza vale o preço do ingresso.

Nota: 9

Clique aqui e leia a crítica completa...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

HOMEM DE FERRO

E está valendo! A temporada de Blockbusters tem início com o pé direito no ano de 2008. Depois de ter entregado grande parte das batalhas e surpresas em sua campanha, Homem de Ferro chega às telas cinematográficas trazendo muito mais do que um longa recheado de efeitos visuais e um roteiro infantil. O filme cativa e chama a atenção desde seu ótimo início com a música “Back in Black” do AC/DC até o término de seus créditos com “Iron Man” do Black Sabbath como tema de fundo.
Como era de se esperar, não é a melhor adaptação de um herói já feita para os cinemas. Mas está longe de ser a pior; pelo contrário, a película capta perfeitamente o universo de fantasias e impossibilidades de um ser que voa à base de uma armadura repleta de armamentos e tecnologias especiais.
O protagonista da fita é Tony Stark (Robert Downey Jr.), um rico e bem sucedido fabricante de armas americano. Stark leva a típica e polêmica vida de um verdadeiro playboy: tem uma mulher para cada dia da semana, está sempre aparecendo em capas de revistas e não se importa com mais nada a não ser ele mesmo.
Mas a biografia de sua vida começa a ser reescrita quando Tony é apanhado por um grupo de terroristas em uma visita ao Afeganistão. A fim de usá-lo para montagem de mísseis, a equipe - que se autodenomina “10 Anéis” - utilizou de armamento pesado em sua captura, fazendo com que Stark ficasse gravemente ferido. Agora, o rico e poderoso homem se mantém vivo graças a transistores e energia implantados em seu peito, meio que substituindo e aumentando a potência de seu coração.
Mantido em cativeiro por meses, o futuro herói começa a construir sua origem - literalmente. Em meio a muito ferro e ciências aplicadas, Tony visualiza um meio de escapar do lugar onde é mantido prisioneiro. É aí que sua primeira armadura, a Mark 1, ganha vida.
Após vários tiros, explosões e um desastroso vôo com uma péssima aterrissagem, Stark regressa aos Estados Unidos com novos ideais em mente. Fechar a fábrica foi uma das primeiras ações de sua nova vida. A segunda, era construir um novo e melhorado protótipo de sua vestimenta, nasce então, a Mark 2.
Isso seria apenas o ‘começo do resto da vida’ de Tony Stark. Pois o filme apresenta mais elementos do que se era esperado pelo público que acompanhou as divulgações de suas fotos e trailers. Créditos ao roteirista Arthur Marcum que soube como tratar a história da maneira como deveria, um gibi adaptado para as gigantescas telas de cinema.
Jon Favreau (Zathura - Uma Aventura Espacial) realmente soube o que fazer com um megafone na mão e uma cadeira de diretor para sentar-se. Alternando entre círculos de ação desenfreada e piadas aproveitadoras, o longa é guiado por uma mente que soube respeitar o universo característico de um super-herói e seus complicados processos de origem e conquistas.
O filme não é um gênero de comédia, mas não é por isso que não temos elementos característicos nas mais variadas cenas. Tony Stark solta piadas nos mais inesperados e inoportunos momentos. E o que poderia ser uma baixa para a nota final da fita, transforma-se em um de seus maiores acertos. Pois são raras as produções que conseguem desenvolver um trabalho realmente sério baseando-se em uma HQ; fracassos como “Elektra” e “Motoqueiro Fantasma” estão aí para mostrar a todos como um filme não deve ser produzido.
A presença de Robert Downey Jr. (Zodíaco) no papel principal foi indispensável para a realização de um excelente trabalho final. O ator esteve impecável em todos os 126 minutos de exibição do longa-metragem. Não há uma cena que não seja roubada pela sua dedicada e sensacional atuação. O astro soube interpretar as mais variadas faces de Tony Stark no longa: o grande empresário construtor de armas, o egocêntrico e metido playboy, o inteligente e respeitado cientista e o inexperiente e poderoso herói.
Também há de se destacar as atuações de Jeff Bridges (Alma de Herói) e Gwyneth Paltrow (Capitão Sky e o Mundo de Amanhã), respectivamente o vilão Monte de Ferro e o par romântico de Stark no filme. Mas seus desempenhos tornam-se secundários tendo Downey Jr. na mesma equipe.
Os efeitos especiais nem sempre cumprem o que deveriam. Em certos momentos, o CGI usado na construção do Homem de Ferro é facilmente notado pelo público pagante; deixando a impressão de que o herói está dentro de um vídeo-game com gráficos de última geração ao invés de uma verdadeira batalha no mundo real.
As cenas de vôo não deixam de ser bem finalizadas e lindas de se admirar. Mas há, em “Superman Returns”, exemplos mais sólidos de como um homem pode varar os céus sem parecer falso.
O longa é o pontapé inicial da Marvel como produtora de seus filmes. A maioral dos quadrinhos tem o seu próprio estúdio de agora em diante - obviamente, com o nome de “Marvel Studios”. O que, sem dúvida alguma, trará grandes e excelentes adaptações para os fãs do gênero.
Ou seja, “Homem de Ferro” certamente será o primeiro de muitos. Só nos resta torcer para que o nível das próximas películas seja, ao menos, mantido.

Nota: 8

Clique aqui e leia a crítica completa...

sábado, 26 de abril de 2008

SUPER-HERÓI: O FILME

Não pense que “Super-Herói: O Filme” é uma paródia diferenciada e interessante, pois está longe de ser. O único ponto que pode chamar a atenção no longa é o seu tema. Sim, nem mesmo as adaptações de quadrinhos escaparam de ganhar uma versão cômica.
Infelizmente, não é desta vez que sentiremos orgulho de termos permanecido noventa minutos assistindo a uma comédia do gênero específico. É claro que existem situações engraçadas onde é inevitável não deixar escapar ao menos um sorriso. Mas a falta de inteligência do script fala mais alto, fazendo da película mais um conjunto de situações desinteressantes que só servem para testar o potencial do público para reconhecer os filmes parodiados.
Noventa por cento da história principal - se é que há alguma - gira em torno do primeiro “Homem-Aranha”. Rick Riker (Drake Bell) é o Peter Parker da vez, um garoto simples e zoado pelos maiorais do colégio onde estuda. Mas tudo começa a mudar quando, numa visita a um centro de pesquisas, Rick é picado por uma libélula geneticamente modificada e ganha super poderes característicos.
Como toda narrativa do tipo, um vilão era mais do que obrigatório. Para isso, temos o Ampulheta. Um homem que, após experiências e uma história muito mal contada, depende de forças humanas para se manter vivo, então ele simplesmente as suga das pessoas.
Obviamente, todo esse roteiro é plano de fundo. Qualquer elemento torna-se uma mera desculpa para que cenas humorísticas e sem sentido sejam jogadas na tela. Ponto negativo para o diretor Craig Mazin (Todo Mundo em Pânico 4) que, após ter comandado vários filmes do gênero, já deveria saber que a premissa destas películas está desgastada e inovações são sempre bem vindas.
Drake Bell (Os Seus, os Meus e os Nossos) não se encaixa bem no papel principal. O ator se esforça para encenar uma versão caricata do escalador de paredes original, mas não chega nem perto do sucesso. Às vezes parece que a produção estava tão desesperada para encher o longa com os mais diversos tipos de piadas que passaram por cima de péssimas atuações e buracos no projeto.
Drake não passa de um espelho para o resto da equipe de atuação. Com exceção de Leslie Nielsen (Corra que a Polícia Vem Aí), o grupo parece simplesmente não fazer diferença alguma no projeto em si; deixando a sensação de que ninguém estava dando a mínima para o resultado final, apenas queriam terminar logo as filmagens para acrescentar mais uma sátira em suas filmografias.
Apesar de o arco principal ser focado em apenas um filme, temos outras citações no decorrer da fita. “Quarteto Fantástico” empresta Sue e Johnny Storm - respectivamente, Mulher-Invisível e Tocha-Humana. Há uma breve visita à mansão Xavier, onde sua versão afro-americana dá as caras ao lado de outros mutantes já conhecidos. E nem mesmo o excelente “Batman Begins” é deixado de lado, pois a infância de Rick é contada em cima da história do Homem Morcego.
Os efeitos visuais são sempre uma atração à parte nas adaptações. Infelizmente (ou não) “Super-Herói: O Filme” passa longe de ser um exemplo para os próximos filmes do gênero a serem produzidos. Todas as situações que normalmente exigem um computador e uma boa equipe realizadora são completamente superficiais, deixando o gosto de regressão em nossas bocas após o término da sessão cinematográfica.
A trilha sonora deveria ser um complemento ao projeto. Mas a mesma peca na sua concepção, deixando claro a ignorância de seus idealizadores.
Ou seja, há inúmeros motivos para que o longa seja deixado de lado. Afinal, se a película fosse mesmo um espetáculo, não iria inspirar-se e copiar filmes já consagrados da história do cinema.

Nota: 4

Clique aqui e leia a crítica completa...

sexta-feira, 28 de março de 2008

ANTES DE PARTIR

Contando com dois dos maiores astros de Hollywood, “Antes de Partir” alcança seu sucesso alternando entre doses moderadas de comédia e emoção. Sem nunca ter ganhado muito glamour e reconhecimento, o diretor Rob Reiner (A História de Nós Dois) investe forte na história de uma dupla de idosos que têm pouco tempo de vida.
O roteiro circula entre Jack Nicholson (Os Infiltrados) e Morgan Freeman (Batman Begins), respectivamente Edward Cole e Carter Chambers. Depois de um tempo trancados no mesmo quarto de hospital, os protagonistas recebem a notícia de que têm entre seis meses e um ano de vida. Ao invés de procurarem tratamento, os dois decidem partir em busca de aproveitamento.
Ao porte de uma lista e muito dinheiro proporcionado por Edward, o mundo torna-se um lugar sem limites para a diversão. Pular de pára-quedas, dirigir carros super velozes e fazer um safári pela África são apenas algumas metas a serem cumpridas.
Com o passar dos dias, a relação de amizade vai se interligando cada vez mais. Sentimentos que vão de amor a ódio em segundos são jogados na tela durante a exibição do espetáculo. Sentimentos que, sem dúvida, são muito bem interpretados e passados ao público pela dupla de atores principais da película.
Se de um lado temos toda a seriedade e ironia de Jack Nicholson, do outro temos o carisma e a compaixão de Morgan Freeman. Combinação que caiu como uma luva para o tema abordado pelo longa. O entrosamento é notável em todos os 97 minutos de duração da fita. É como se um desse apoio e sustentasse o outro em momentos de decadência na atuação do companheiro. Foi a junção básica de experiência e simplicidade proporcionados por dois dos maiores ícones do cinema americano que deu o complemento necessário para que o filme se tornasse apreciável e digno de uma boa nota em comentários e críticas cinematográficas.
Não há como dar destaque à apenas uma das estrelas, vide que o brilho das duas ofusca todo o resto da produção responsável pelo desenvolvimento e aprimoramento final da obra.
Não que o trabalho do diretor Rob Reiner tenha passado em branco, mas o script é quase que guiado automaticamente pela performance de seus astros. O que faz com que Reiner cumpra um papel secundário em seu próprio projeto. Nada de pontos positivos ou negativos, fica apenas a sensação de que o ‘comandante’ não estava presente.
Apesar de ousado, o roteiro aposta em cenas simples e óbvias - às vezes até clichês - para alcançar seu merecido sucesso.
Temos vários momentos em que o ritmo é determinado pela comédia, fazendo com que a mesma tome conta da tela. Mas são nas cenas em que a emoção fala mais alto que a história atinge seu ápice, deixando claro que uma lágrima derramada ao assistir um filme continua sendo uma boa maneira de levar o público aos cinemas.

Nota: 7

Clique aqui e leia a crítica completa...

quinta-feira, 6 de março de 2008

RAMBO IV

Mesmo não conseguindo manter o nível das películas anteriores, “Rambo VI” não é uma total perda de tempo. O longa serve, entre outras coisas, para apresentar o personagem à denominada “nova geração”. Grande destaque dos anos 80, a franquia cinematográfica moveu multidões aos cinemas, deixando o público pagante mais do que satisfeito. Tentando resgatar suas origens, o novo filme do veterano de guerra peca em determinadas situações, deixando a leve sensação de ser apenas mais uma atração recheada de mortes em todos os locais do cenário.
A história vai do simples ao óbvio em um piscar de olhos. Nos tempos modernos, John Rambo (Sylvester Stallone) é apenas um barqueiro que tem sua moradia em uma pequena vila na Tailândia. Mais frio do que nunca, o ex-guerrilheiro limita-se a comentar apenas o necessário, dando claros sinais de que já não se importa mais com a situação atual de nosso planeta.
Sua vida caminha, cada vez mais, em um ritmo pacato e freneticamente desacelerado. Mas isso tende a mudar, pois um grupo de missionários necessita de seus conhecimentos do local para levarem medicamentos ao país chamado Birmânia. É evidente que essa não será apenas mais uma viagem descompromissada pelas águas tailandesas. É aí que temos o reinício da saga de nosso herói de guerra.
O grande destaque da película fica, sem dúvida nenhuma, para Sylvester Stallone. O astro pintou como diretor, ator e produtor em seu novo projeto mostrando que mesmo aos sessenta anos de idade, o protagonista se mantém em plena forma física e mental. Certamente não é nada fácil carregar um projeto com um patamar tão alto como é o da franquia Rambo.
Mesmo que tenha deixado a peteca cair em determinadas situações de sua atuação, o eterno Rocky Balboa sai com pontos positivos da produção e prova que uma pessoa pode e tem a capacidade de ir longe quando realmente quer que um ideal seja passado às telas cinematográficas.
Mas nem tudo são flores na ressurreição de John. Grandes falhas no roteiro deixam o desfecho final mais do que previsível. Momentos chave se tornam apenas mais uma desculpa para que tiros e corpos sejam jogados na tela, uma leve tentativa de encobrir as falhas da narrativa principal. Movimentos de apelação bem criados pela produção, mas que, infelizmente, não servem como um meio de fuga.
Baseando-se em sua própria política de desenvolvimento e evolução de script, o longa serve apenas como divertimento passageiro para os admiradores das mais variadas formas de morte e destruição.
O trabalho final deve agradar aos que se consideram verdadeiros amantes da sétima arte. Mas certamente, esperava-se bem mais de uma franquia que se auto-revoluciona depois de vinte anos na espera por uma seqüência.

Nota: 6

Clique aqui e leia a crítica completa...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

CLOVERFIELD - MONSTRO

Em primeiro lugar, tenha em mente que “Cloverfield - Monstro” não é a produção do ano, nem sequer é a do mês. O longa não passa de uma caracterização de um monstro destruindo uma grande metrópole. Temos um roteiro que vai do nada a lugar algum, um elenco do qual nunca se ouviu falar e um diretor que jamais dirigiu algo de grande reconhecimento. Além de um desfile incontrolável de clichês, temos um espetáculo que nos diverte, acima de tudo, e consegue transparecer sobre os problemas já citados.
Tudo começa na festa de despedida de Rob, que, após uma promoção, está de partida para o Japão. Seu melhor amigo Hud, decide fazer uma espécie de documentário para que seu companheiro leve consigo em sua viagem à Terra do Sol Nascente. Em meio a muita bebida e conversas dos mais variados assuntos, uma explosão a alguns metros do local abala a despedida.
No começo, poucos sabem o que atingiu a cidade. A única certeza é que o lugar precisa ser evacuado o mais rápido possível. Começa então, uma fuga nada fácil pela sobrevivência.
Horas mais tarde, relatos de que uma criatura estaria devastando o local são confirmados.
O tormento piora a cada minuto, pois Beth - caso amoroso de Rob na trama - está presa em seu apartamento, depois da quase queda do mesmo. Não é preciso pensar muito para adivinhar que o rapaz irá ingressar em uma busca desesperada por sua amada, enquanto Nova York toda é demolida ao seu redor.
Como pôde ser visto, a história em si não chama a atenção de forma alguma. O grande destaque fica para os ângulos que nos são proporcionados graças à opção do diretor Matt Reeves em fazer uma película filmada apenas com câmeras caseiras. Somos praticamente transportados ao caos que toma a cidade, chegando a ficar enjoados em determinadas situações transmitidas pelos atores.
Atores, como já mencionados acima, totalmente desconhecidos. É impossível fazer uma análise completa de suas atuações, pois o elenco teve de representar pessoas normais em uma película em que seus rostos e expressões quase não são visualizados.
O monstro fica para segundo plano. A entonação principal é dada à aventura vivida por Rob e seus companheiros em busca de um local onde possam se ver livres da criatura.
Apesar do baixo nível econômico do longa - algo em torno de trinta mil dólares - os efeitos especiais não deixam a desejar. Temos várias tomadas de edifícios vindo abaixo, carros explodindo, e uma cena com um apelo visual incrível da cabeça da Estátua da Liberdade sendo arremessada ao ar como se fosse uma simples bola de papel. Como se esse material já não fosse o suficiente, temos uma visão aérea de um dos momentos cruciais do filme, quando a criatura é atacada por mísseis do exército americano, na tentativa de derrubá-la.
Não há muito o que se destacar no quesito “fotografia”, pois não se pode esperar algo excepcional quando uma produção realiza todo o seu trabalho usando câmeras caseiras e de baixa qualidade para a geração cinematográfica atual.
Mas é essa a diversão de “Cloverfield - Monstro”, ser um filme sem referências ou preocupações. Não se pode exigir nada a mais do que isso, pois o resultado seria decepcionante. Assista-o com base nessas informações e poderá apreciar um bom espetáculo.

Nota: 7

Clique aqui e leia a crítica completa...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

ALIENS VS. PREDADOR 2

Vindos direto do mundo de efeitos especiais, os irmãos Greg e Colin Strause
têm sua estréia como diretores de um longa-metragem. Infelizmente, a dupla começou com o pé esquerdo. Cometendo erros grotescos, as falhas vão do elenco à equipe de fotografia.
O filme dá continuidade à história do primeiro "Alien Vs. Predador". Como pôde ser visto ao término do longa, houve uma união entre as raças guerreiras. É exatamente esse ponto que dá início a seqüência atual. Totalmente desnecessária, diga-se de passagem.
A fusão entre os alienígenas dá origem à criatura denominada “Predalien”. Inexplicavelmente, o monstro faz com que a nave de predadores caia sobre uma pequena cidade dos Estados Unidos. É nesse palco que teríamos a suposta batalha das espécies, infelizmente, a mesma não acontece. Em todo o filme, há apenas uma luta entre o Predador caçador - único da raça em nosso planeta - e o Predalien. É exatamente nessa hora que o longa deveria transmitir a sensação de ‘valer o preço do ingresso’. Mas não é essa a impressão que temos ao levantarmos das poltronas e nos dirigirmos à saída.
A inexperiência dos diretores contribui para o baixo nível da película, deixando bem claro que nenhum dos dois tinha idéia do que fazer sentados atrás das câmeras. A dupla criou elementos totalmente artificiais para um filme do século atual. Situações carregadas de clichês, enjoativas e tediosas nos fazem pensar que Greg e Colin Strause jamais deveriam ter deixado as cadeiras em frente aos computadores, onde faziam um trabalho mais adequado.
Mas, infelizmente, os irmãos não são o único problema do embate alienígena. O elenco também decepciona. Formado por atores de péssimo escalão, o grupo não passa a devida emoção ao público. Momentos chave são facilmente deixados para trás devido à fraca atuação do conjunto.
Normalmente, quando um ator ou atriz é relacionado para uma produção, seus trabalhos anteriores são citados. É praticamente impossível fazer o mesmo nesse caso, pois nenhum deles havia contribuído para uma obra de alto nível antes de "Aliens Vs. Predador 2".
Agora, o grande destaque vai para o diretor de fotografia do longa, Daniel Pearl. Ele simplesmente deixou o filme às escuras. Fazendo com que as criaturas sejam apenas silhuetas irreconhecíveis no decorrer dos 101 minutos de exibição. É realmente uma lástima, pois o visual dos monstros parecia interessante na época de divulgação da fita.
Como se todos esses detalhes já não fossem suficientes para deixar a seqüência de fora dos planos do mais louco entre os masoquistas; temos o trabalho de edição que, entre outras coisas, foi um soco na mente do público pagante. Toda vez que uma cena corta da cidade para a floresta, uma tomada aérea toma as telas, mostrando o próximo local a ser utilizado. Como se o fato de conter várias árvores no mesmo lugar já não fosse o suficiente para identificá-lo, somos obrigados a visualizar a mesma paisagem em cada troca de ambientes. Créditos ao editor Dan Zimmerman, responsável pelo resultado final.
Enfim, não há nada de prazeroso no filme em si - a não ser falar mal seus idealizadores - deixando a desejar em todos os quesitos. Uma pena, pois a dupla alienígena tem potencial para render bilhões de dólares em um memorável espetáculo. Basta cair nas mãos de pessoas que saibam produzir um longa-metragem.

Nota: 1

Clique aqui e leia a crítica completa...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

EU SOU A LENDA

Foi dada a largada! Começa a temporada de 2008 e o diretor Francis Lawrence (Constantine) impõe seu ritmo logo no primeiro mês do ano. Depois de ser adaptada duas vezes para as telas cinematográficas, na primeira com o nome de "Mortos que Matam" (1964) e depois com "A Última Esperança Sobre a Terra" (1971), a obra literária de Richard Matheson volta aos cinemas em uma versão totalmente diferente das anteriores, fugindo quase que completamente de seus conceitos originais.
O longa conta a história de Robert Neville (Will Smith), supostamente o último humano a andar sobre a face da Terra. Cientistas diziam ter achado a cura para o câncer, mas semanas depois, o tratamento revela-se um vírus mortal para a população mundial. Transformando pessoas em monstros caçadores, a doença pode ser transmitida tanto pelo ar, como por um contato direto com uma das criaturas. Em pouco tempo, nosso planeta está completamente devastado. Mas, de algum modo, Neville é imune ao vírus. Junte isso à sua decisão de permanecer em Nova York e terá o início de uma solitária jornada em busca de um antídoto.
Contando apenas com a companhia de sua cachorra Samantha - alguns animais são imunes a contaminação por oxigênio - o cientista faz diariamente a mesma rotina. Exercícios, mandar mensagens via rádio a quem ainda possa estar vivo, diversão própria, caça, entre outras maneiras de se passar o tempo. Mas, isso só é possível à luz do dia, pois, quando anoitece, as criaturas saem às ruas e chega a hora de nosso protagonista se refugiar.
A película é, sem dúvidas, o melhor trabalho da carreira de Will Smith. O astro nos transmite a mais pura sensação de solidão, quase chegando às raízes da loucura. Alternando entre momentos de felicidade e descontrole, o ator proporciona um espetáculo memorável, digno do lugar mais alto na maior premiação do cinema mundial, o Oscar.
Como atuação, vale destacar também a participação da brasileira Alice Braga (Cidade de Deus) que, apesar de sua personagem parecer meio deslocada na história, faz sua parte, não deixando a desejar em nenhum ponto.
Como já é de praxe, os efeitos especiais são de encher os olhos. O resultado final de uma Times Square digital e completamente abandonada é fantástico, considerando que esse foi o único cenário digital usado no longa, já que as demais cenas foram filmadas em suas respectivas ruas e avenidas. Também não há o que se reclamar dos monstros, moldados à base de CGI. Todos esses elementos ajudam a compor o maravilhoso apelo visual da fita.
Devido às situações expressadas na película, sentimos a falta de uma trilha sonora em certas ocasiões. Nada que danifique o espetáculo em si, mas o público já se acostumou com a união entre filmes e músicas. Porém, isso é apenas mais uma prova de que a produção é impecável e se vira muito bem sem um instrumental em todas as cenas.
"Eu Sou a Lenda" caminhava para seu grande e esperado desfecho final quando o roteiro dá seu pequeno deslize. Apesar do mesmo contar com buracos grotescos em determinadas cenas, são nos dez minutos finais que a história se desliga e é guiada no "piloto automático", chegando a ser previsível e nada animador.
Mas apesar desses pequenos detalhes, o longa vale a ida ao cinema. Cumprindo todas as expectativas criadas, o trabalho final é um prato cheio para quem gosta bons filmes de ficção-científica, com elementos de ação e drama em seu roteiro.
É a prova de que 2008 não está para brincadeiras. E felizmente, o ano está apenas começando.

Nota: 8

Clique aqui e leia a crítica completa...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

RESUMO DE 2007

O ano de 2007 acabou para os cinemas, mas deixará ótimas lembranças de películas que marcaram época em suas respectivas estréias.
Hora de rever os blockbusters que deram certo, as decepções e as pequenas produções que surpreenderam no decorrer desses doze meses. Seria hipocrisia dizer que o ano terminou com status negativo, afinal o grande destaque dessa temporada foi a ‘violência’ que os efeitos especiais atingiram. É claro que os especialistas nessa área sempre farão o máximo para continuar evoluindo, mas é impossível fazer um resumo e ser indiferente a esse ponto.
Mas como dizem, tudo tem que ter um equilíbrio. E, no ano em que os computadores fizeram a sua parte, os roteiros decepcionaram com histórias confusas, sem nexo e até fugindo da realidade dos filmes. Parece que os diretores não deram a devida importância que as narrativas mereciam e, em vários casos, as deixaram em segundo plano.
Bom, sem mais delongas!
A temporada começou tarde dessa vez, mais precisamente em 02 de março com a estréia de “Motoqueiro Fantasma”. Infelizmente, foi um tiro na escuridão que passou longe do alvo. Nicolas Cage (A Lenda do Tesouro Perdido) se dizia um verdadeiro fã do personagem e depois de anos na fila, finalmente conseguiu o papel para um filme dessa categoria. No fim, o longa foi frustrante: a adaptação ficou péssima e o conteúdo em si é vago, além de seus movimentos que são completamente artificiais e inaceitáveis para os tempos atuais, onde um cineasta tem recursos quase que ilimitados para se fazer um bom trabalho e apresentar um material agradável aos fãs de HQs e cinéfilos que lotam os cinemas com intenção de assistir a um grande espetáculo.
Passado o trauma do começo de temporada, chega a hora de “300” mostrar as caras no dia 30 de março. Foi aí que a névoa se desfez e 2007 começou a ganhar uma face, provando porquê era considerado um dos melhores anos para o cinema internacional. Usando uma nova tecnologia para a construção de cenários, o filme se junta a “Sin City - A Cidade Do Pecado”, quando o assunto é migrar uma história em quadrinhos para os telões. Isso se considerarmos que adaptações e transições são maneiras diferentes de se levar uma HQ aos cinemas. Enquanto adaptações apenas se inspiram nos gibis modificando as histórias originais, transições são cópias exatas das versões para leitura. Assistir "300" é o mesmo que ler a obra de Frank Miller, publicada aqui no Brasil pela editora Abril em meados de 1999.
Também devemos considerar as ótimas atuações que tivemos no longa. Gerard Butler (Lara Croft Tomb Raider: A Origem da Vida) foi fantástico interpretando o destemido rei Leônidas e o brasileiro Rodrigo Santoro (Bicho de Sete Cabeças) também deixou sua marca como o líder Xerxes, inimigo dos espartanos.
O filme deve ser visto com bons olhos, especialmente pela beleza e exuberância de seus cenários virtuais.
Na seqüência, temos “Tartarugas Ninja - O Retorno” em 13 de abril. Sem muitos comentários, foi uma grande animação da Paris Filmes. Mas ficou devendo em vários quesitos, como diversidade, diálogos e principalmente elementos surpresa. É como se o roteiro seguisse uma linha reta, levando direto para o já previsível final. Porém, vale para as tartarugas mutantes não caírem no esquecimento do público.
Eis que chegam os tempos do primeiro grande lançamento do ano: estréia no dia 04 de maio o tão esperado “Homem-Aranha 3”. A grande aventura mostra o herói em meio a uma batalha interna, efeitos do simbionte alienígena que faz de Peter Parker (Tobey Maguire) uma pessoa descontrolada e obscura, o levando para uma espécie de "lado negro da Força", como se dizia no clássico "Star Wars". Os efeitos especiais superam expectativas, deixando o longa como uma dos favoritos para levar o Oscar da categoria. A cena da transformação de Flint Marcko (Thomas Hader Church) no vilão Homem-Areia marcará época pela beleza e sentimentalismo expressados.
Mas como citado acima, se de um lado temos os destaques da computação gráfica, do outro temos as falhas e buracos do roteiro. O diretor Sam Raimi (O Dom da Premonição) sobrecarregou o longa colocando mais vilões do que deveria. Além dos já falados simbionte e Homem-Areia, temos Harry Osborn (James Franco) E Venom (Thoper Grace) como adversários do Aranha. Tudo isso deixou o filme com um ar pesado, sendo considerado o mais fraco dentre os três já lançados.
No mês de maio, ainda temos a estréia de “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”. Contando com a volta do capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) para encerrar a trilogia, a última parte da seqüência cai no mesmo problema de muitos efeitos para pouca história. Não que o filme seja ruim, afinal nos mostra elementos surpresa muito bons, mas o excesso de informações sendo jogadas na tela com extrema rapidez chega a confundir, dificultando o acompanhamento e desenrolar da trama.
Por pouco, junho não passou em branco e no dia 29 estréia “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”. Mais uma adaptação que não deu certo. Apesar de não ser pior que o primeiro, nem de longe faz jus aos quatro heróis das histórias em quadrinhos. O único elemento que ficou digno de elogios foi o visual do Surfista: de resto o longa é totalmente dispensável.
Chega o mês de julho, e com ele o início de mais um capítulo da longa aventura do bruxo mais famoso do mundo: “Harry Potter e a Ordem Da Fênix”. Eu não posso analisá-lo como uma adaptação, pois não li nenhum livro da série de J. K. Rowling. Mas, pelo que sei, esse foi o capítulo que mais fugiu à suas origens. Apesar de tudo, o filme é bom, não é o melhor de todos e sim o mais sério: o clima obscuro deu um tom de 'devastação' ao longa. Não é o meu tipo favorito, mas seria ignorância da minha parte deixar de lado o grande sucesso que essas películas fazem ao redor do planeta.
Parecia que o ano já havia exibido todos os seus grandes sucessos, restando apenas um ou dois para o resto da temporada. Mas é, ainda no mês de julho, que temos a mais incrível surpresa que Michael Bay (Pearl Harbor) poderia nos proporcionar. É a vez de “Transformers” abalar estruturas e marcar época como o melhor filme de 2007. Ao contrário dos exemplos citados acima, o longa não só exibe efeitos de encher os olhos, mas vai além. Não tropeça em suas própria pernas quando o assunto é roteiro. Optando por uma versão clara e limpa de como os grandes robôs chegaram à Terra, a história apela para cenas que contém batalhas espetaculares entre as máquinas vivas, alternando tudo isso com uma pitada de emoção e músicas muito bem selecionas, compondo a ótima trilha sonora do espetáculo.
Shia Labeouf (Constantine)mostra que sabe o que está fazendo no papel de Sam Witwicky, portador de um dos robôs. Sem mais delongas, o filme é histórico.
Passando para o mês de agosto, é a hora de John Mclane (Bruce Willis) voltar às telonas.
Duro de Matar 4 passa a ser o longa mais assistido da franquia. Porém, infelizmente, não se pode dizer o mesmo de sua qualidade. O foco dessa vez são os aparelhos tecnológicos, grande barreira na vida do imortal personagem de Willis. Imortal, pois essa é a impressão deixada pelo diretor ao colocar em cena uma pessoa que se envolve em diversos acidentes, leva tiros, pula de jatos e mesmo assim continua em pé.
Apesar de tudo, é um prato cheio para os adoradores de ação frenética. Não exigindo mais do que isso e tendo em mente que a fita é inferior aos outros longas da série, pode-se curtir mais um filme cheio de explosões e mortes proporcionadas por Mclane.
No dia 17 de agosto, um dos desenhos mais famosos do planeta tem sua versão cinematográfica:
Os Simpsons. Apesar da voz de Homer estar totalmente desconhecida devido à mudança de seu dublador, basta responder algumas perguntas para começar a criar gosto pela película: O filme faz rir? Sim. A história vai além do que se vê num episódio normal da série? Não. É preciso mais do que isso? Não.
Pronto! É só ter isso em mente que ninguém irá se decepcionar após assistir aos 90 minutos da comédia.
Uma semana depois, somos presenteados com mais uma maravilha do diretor Paul Greengrass (Vôo United 93), chega ao fim a trilogia Bourne. Normalmente, quando uma franquia chega a seu terceiro e último capítulo, o longa é superestimado e não cumpre com o prometido. Não é o caso de “Ultimato Bourne”, onde as expectativas são superadas e todas as dúvidas anteriores são passadas a limpo. É inegável que o clima de "Identidade Bourne" foi revivido pois, apesar das falhas do primeiro filme, ele pode ser considerado o melhor do gênero nos últimos tempos. Matt Damon não deixa a desejar e associa a imagem de seu personagem a si mesmo com o decorrer do tempo, fazendo desta, uma das melhores fitas do ano.
Dia 5 de outubro é marcado por duas grandes estréias. Uma delas é “Resident Evil 3: A Extinção” que não vale a pena ser comentado, simplesmente porque é a pior transição game/cinema já feita. A outra é o longa mais polêmico do Brasil nos últimos tempos: “Tropa de Elite”. Essa euforia em volta do filme não passou de estratégia de marketing, afinal esse estrondoso sucesso não seria alcançado se várias mídias de divulgação o encarassem apenas como mais uma produção nacional. Não há o que reclamar do roteiro em si, pois mostra a realidade como ela é, atingindo a dinâmica do pensamento e encarando tudo com grande seriedade.
Mas há um porém, a receita desandou depois de um mês: passou a ser desgastante ouvir a frase “Pede pra sair!” em todos os lugares. Além disso, foi anunciada uma série inspirada na película. Será que ninguém mais consegue ter idéias inovadoras hoje em dia? Francamente, às vezes é preciso esquecer as bases e arriscar ao invés de pegar um nome e expandi-lo.
A próxima sacada seria “A Lenda de Beowulf”, lançado no dia 30 de novembro. Sua promessa era nos dar outra visão para a palavra ‘animação’. Tomando como raízes os efeitos usados em "Expresso Polar", o longa decepciona em maior parte de sua exibição, chegando a ser vago e tedioso. Apesar da notável evolução na arte de criar a partir de computadores, está longe de ser adequada, requisitando ainda mais exploração por parte dos técnicos e especialistas na área.
Finalizando o ano, temos “A Bússola de ouro” como estréia de Natal. Prometendo mais do que pode cumprir, há um certo destaque em relação aos ursos polares, porém a complexidade do roteiro abala seu desenvolvimento natural. A garota Dakota Blue Richards realiza um bom papel como protagonista, mas infelizmente não faz jus à produção. Apesar disso, não deixa de ser um bom filme, apenas não pode ser levado a sério.
Enfim, 2007 foi um ano recheado para os cinemas. Ano forte para novas experiências e um grande começo para algumas franquias, mas os destaques ficaram para os terceiros capítulos de trilogias, mesmo que alguns não tenham encerrado a série com chave de ouro.
A expectativa para 2008 é grande, com nomes fortes como Cloverfield, Batman The Dark Kinght, Indiana Jones 4 e Harry Potter e o Enigma do Príncipe, fora as fantásticas surpresas que sempre surgem no decorrer da temporada.

Clique aqui e leia a crítica completa...