terça-feira, 29 de janeiro de 2008

ALIENS VS. PREDADOR 2

Vindos direto do mundo de efeitos especiais, os irmãos Greg e Colin Strause
têm sua estréia como diretores de um longa-metragem. Infelizmente, a dupla começou com o pé esquerdo. Cometendo erros grotescos, as falhas vão do elenco à equipe de fotografia.
O filme dá continuidade à história do primeiro "Alien Vs. Predador". Como pôde ser visto ao término do longa, houve uma união entre as raças guerreiras. É exatamente esse ponto que dá início a seqüência atual. Totalmente desnecessária, diga-se de passagem.
A fusão entre os alienígenas dá origem à criatura denominada “Predalien”. Inexplicavelmente, o monstro faz com que a nave de predadores caia sobre uma pequena cidade dos Estados Unidos. É nesse palco que teríamos a suposta batalha das espécies, infelizmente, a mesma não acontece. Em todo o filme, há apenas uma luta entre o Predador caçador - único da raça em nosso planeta - e o Predalien. É exatamente nessa hora que o longa deveria transmitir a sensação de ‘valer o preço do ingresso’. Mas não é essa a impressão que temos ao levantarmos das poltronas e nos dirigirmos à saída.
A inexperiência dos diretores contribui para o baixo nível da película, deixando bem claro que nenhum dos dois tinha idéia do que fazer sentados atrás das câmeras. A dupla criou elementos totalmente artificiais para um filme do século atual. Situações carregadas de clichês, enjoativas e tediosas nos fazem pensar que Greg e Colin Strause jamais deveriam ter deixado as cadeiras em frente aos computadores, onde faziam um trabalho mais adequado.
Mas, infelizmente, os irmãos não são o único problema do embate alienígena. O elenco também decepciona. Formado por atores de péssimo escalão, o grupo não passa a devida emoção ao público. Momentos chave são facilmente deixados para trás devido à fraca atuação do conjunto.
Normalmente, quando um ator ou atriz é relacionado para uma produção, seus trabalhos anteriores são citados. É praticamente impossível fazer o mesmo nesse caso, pois nenhum deles havia contribuído para uma obra de alto nível antes de "Aliens Vs. Predador 2".
Agora, o grande destaque vai para o diretor de fotografia do longa, Daniel Pearl. Ele simplesmente deixou o filme às escuras. Fazendo com que as criaturas sejam apenas silhuetas irreconhecíveis no decorrer dos 101 minutos de exibição. É realmente uma lástima, pois o visual dos monstros parecia interessante na época de divulgação da fita.
Como se todos esses detalhes já não fossem suficientes para deixar a seqüência de fora dos planos do mais louco entre os masoquistas; temos o trabalho de edição que, entre outras coisas, foi um soco na mente do público pagante. Toda vez que uma cena corta da cidade para a floresta, uma tomada aérea toma as telas, mostrando o próximo local a ser utilizado. Como se o fato de conter várias árvores no mesmo lugar já não fosse o suficiente para identificá-lo, somos obrigados a visualizar a mesma paisagem em cada troca de ambientes. Créditos ao editor Dan Zimmerman, responsável pelo resultado final.
Enfim, não há nada de prazeroso no filme em si - a não ser falar mal seus idealizadores - deixando a desejar em todos os quesitos. Uma pena, pois a dupla alienígena tem potencial para render bilhões de dólares em um memorável espetáculo. Basta cair nas mãos de pessoas que saibam produzir um longa-metragem.

Nota: 1

Clique aqui e leia a crítica completa...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

EU SOU A LENDA

Foi dada a largada! Começa a temporada de 2008 e o diretor Francis Lawrence (Constantine) impõe seu ritmo logo no primeiro mês do ano. Depois de ser adaptada duas vezes para as telas cinematográficas, na primeira com o nome de "Mortos que Matam" (1964) e depois com "A Última Esperança Sobre a Terra" (1971), a obra literária de Richard Matheson volta aos cinemas em uma versão totalmente diferente das anteriores, fugindo quase que completamente de seus conceitos originais.
O longa conta a história de Robert Neville (Will Smith), supostamente o último humano a andar sobre a face da Terra. Cientistas diziam ter achado a cura para o câncer, mas semanas depois, o tratamento revela-se um vírus mortal para a população mundial. Transformando pessoas em monstros caçadores, a doença pode ser transmitida tanto pelo ar, como por um contato direto com uma das criaturas. Em pouco tempo, nosso planeta está completamente devastado. Mas, de algum modo, Neville é imune ao vírus. Junte isso à sua decisão de permanecer em Nova York e terá o início de uma solitária jornada em busca de um antídoto.
Contando apenas com a companhia de sua cachorra Samantha - alguns animais são imunes a contaminação por oxigênio - o cientista faz diariamente a mesma rotina. Exercícios, mandar mensagens via rádio a quem ainda possa estar vivo, diversão própria, caça, entre outras maneiras de se passar o tempo. Mas, isso só é possível à luz do dia, pois, quando anoitece, as criaturas saem às ruas e chega a hora de nosso protagonista se refugiar.
A película é, sem dúvidas, o melhor trabalho da carreira de Will Smith. O astro nos transmite a mais pura sensação de solidão, quase chegando às raízes da loucura. Alternando entre momentos de felicidade e descontrole, o ator proporciona um espetáculo memorável, digno do lugar mais alto na maior premiação do cinema mundial, o Oscar.
Como atuação, vale destacar também a participação da brasileira Alice Braga (Cidade de Deus) que, apesar de sua personagem parecer meio deslocada na história, faz sua parte, não deixando a desejar em nenhum ponto.
Como já é de praxe, os efeitos especiais são de encher os olhos. O resultado final de uma Times Square digital e completamente abandonada é fantástico, considerando que esse foi o único cenário digital usado no longa, já que as demais cenas foram filmadas em suas respectivas ruas e avenidas. Também não há o que se reclamar dos monstros, moldados à base de CGI. Todos esses elementos ajudam a compor o maravilhoso apelo visual da fita.
Devido às situações expressadas na película, sentimos a falta de uma trilha sonora em certas ocasiões. Nada que danifique o espetáculo em si, mas o público já se acostumou com a união entre filmes e músicas. Porém, isso é apenas mais uma prova de que a produção é impecável e se vira muito bem sem um instrumental em todas as cenas.
"Eu Sou a Lenda" caminhava para seu grande e esperado desfecho final quando o roteiro dá seu pequeno deslize. Apesar do mesmo contar com buracos grotescos em determinadas cenas, são nos dez minutos finais que a história se desliga e é guiada no "piloto automático", chegando a ser previsível e nada animador.
Mas apesar desses pequenos detalhes, o longa vale a ida ao cinema. Cumprindo todas as expectativas criadas, o trabalho final é um prato cheio para quem gosta bons filmes de ficção-científica, com elementos de ação e drama em seu roteiro.
É a prova de que 2008 não está para brincadeiras. E felizmente, o ano está apenas começando.

Nota: 8

Clique aqui e leia a crítica completa...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

RESUMO DE 2007

O ano de 2007 acabou para os cinemas, mas deixará ótimas lembranças de películas que marcaram época em suas respectivas estréias.
Hora de rever os blockbusters que deram certo, as decepções e as pequenas produções que surpreenderam no decorrer desses doze meses. Seria hipocrisia dizer que o ano terminou com status negativo, afinal o grande destaque dessa temporada foi a ‘violência’ que os efeitos especiais atingiram. É claro que os especialistas nessa área sempre farão o máximo para continuar evoluindo, mas é impossível fazer um resumo e ser indiferente a esse ponto.
Mas como dizem, tudo tem que ter um equilíbrio. E, no ano em que os computadores fizeram a sua parte, os roteiros decepcionaram com histórias confusas, sem nexo e até fugindo da realidade dos filmes. Parece que os diretores não deram a devida importância que as narrativas mereciam e, em vários casos, as deixaram em segundo plano.
Bom, sem mais delongas!
A temporada começou tarde dessa vez, mais precisamente em 02 de março com a estréia de “Motoqueiro Fantasma”. Infelizmente, foi um tiro na escuridão que passou longe do alvo. Nicolas Cage (A Lenda do Tesouro Perdido) se dizia um verdadeiro fã do personagem e depois de anos na fila, finalmente conseguiu o papel para um filme dessa categoria. No fim, o longa foi frustrante: a adaptação ficou péssima e o conteúdo em si é vago, além de seus movimentos que são completamente artificiais e inaceitáveis para os tempos atuais, onde um cineasta tem recursos quase que ilimitados para se fazer um bom trabalho e apresentar um material agradável aos fãs de HQs e cinéfilos que lotam os cinemas com intenção de assistir a um grande espetáculo.
Passado o trauma do começo de temporada, chega a hora de “300” mostrar as caras no dia 30 de março. Foi aí que a névoa se desfez e 2007 começou a ganhar uma face, provando porquê era considerado um dos melhores anos para o cinema internacional. Usando uma nova tecnologia para a construção de cenários, o filme se junta a “Sin City - A Cidade Do Pecado”, quando o assunto é migrar uma história em quadrinhos para os telões. Isso se considerarmos que adaptações e transições são maneiras diferentes de se levar uma HQ aos cinemas. Enquanto adaptações apenas se inspiram nos gibis modificando as histórias originais, transições são cópias exatas das versões para leitura. Assistir "300" é o mesmo que ler a obra de Frank Miller, publicada aqui no Brasil pela editora Abril em meados de 1999.
Também devemos considerar as ótimas atuações que tivemos no longa. Gerard Butler (Lara Croft Tomb Raider: A Origem da Vida) foi fantástico interpretando o destemido rei Leônidas e o brasileiro Rodrigo Santoro (Bicho de Sete Cabeças) também deixou sua marca como o líder Xerxes, inimigo dos espartanos.
O filme deve ser visto com bons olhos, especialmente pela beleza e exuberância de seus cenários virtuais.
Na seqüência, temos “Tartarugas Ninja - O Retorno” em 13 de abril. Sem muitos comentários, foi uma grande animação da Paris Filmes. Mas ficou devendo em vários quesitos, como diversidade, diálogos e principalmente elementos surpresa. É como se o roteiro seguisse uma linha reta, levando direto para o já previsível final. Porém, vale para as tartarugas mutantes não caírem no esquecimento do público.
Eis que chegam os tempos do primeiro grande lançamento do ano: estréia no dia 04 de maio o tão esperado “Homem-Aranha 3”. A grande aventura mostra o herói em meio a uma batalha interna, efeitos do simbionte alienígena que faz de Peter Parker (Tobey Maguire) uma pessoa descontrolada e obscura, o levando para uma espécie de "lado negro da Força", como se dizia no clássico "Star Wars". Os efeitos especiais superam expectativas, deixando o longa como uma dos favoritos para levar o Oscar da categoria. A cena da transformação de Flint Marcko (Thomas Hader Church) no vilão Homem-Areia marcará época pela beleza e sentimentalismo expressados.
Mas como citado acima, se de um lado temos os destaques da computação gráfica, do outro temos as falhas e buracos do roteiro. O diretor Sam Raimi (O Dom da Premonição) sobrecarregou o longa colocando mais vilões do que deveria. Além dos já falados simbionte e Homem-Areia, temos Harry Osborn (James Franco) E Venom (Thoper Grace) como adversários do Aranha. Tudo isso deixou o filme com um ar pesado, sendo considerado o mais fraco dentre os três já lançados.
No mês de maio, ainda temos a estréia de “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo”. Contando com a volta do capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) para encerrar a trilogia, a última parte da seqüência cai no mesmo problema de muitos efeitos para pouca história. Não que o filme seja ruim, afinal nos mostra elementos surpresa muito bons, mas o excesso de informações sendo jogadas na tela com extrema rapidez chega a confundir, dificultando o acompanhamento e desenrolar da trama.
Por pouco, junho não passou em branco e no dia 29 estréia “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”. Mais uma adaptação que não deu certo. Apesar de não ser pior que o primeiro, nem de longe faz jus aos quatro heróis das histórias em quadrinhos. O único elemento que ficou digno de elogios foi o visual do Surfista: de resto o longa é totalmente dispensável.
Chega o mês de julho, e com ele o início de mais um capítulo da longa aventura do bruxo mais famoso do mundo: “Harry Potter e a Ordem Da Fênix”. Eu não posso analisá-lo como uma adaptação, pois não li nenhum livro da série de J. K. Rowling. Mas, pelo que sei, esse foi o capítulo que mais fugiu à suas origens. Apesar de tudo, o filme é bom, não é o melhor de todos e sim o mais sério: o clima obscuro deu um tom de 'devastação' ao longa. Não é o meu tipo favorito, mas seria ignorância da minha parte deixar de lado o grande sucesso que essas películas fazem ao redor do planeta.
Parecia que o ano já havia exibido todos os seus grandes sucessos, restando apenas um ou dois para o resto da temporada. Mas é, ainda no mês de julho, que temos a mais incrível surpresa que Michael Bay (Pearl Harbor) poderia nos proporcionar. É a vez de “Transformers” abalar estruturas e marcar época como o melhor filme de 2007. Ao contrário dos exemplos citados acima, o longa não só exibe efeitos de encher os olhos, mas vai além. Não tropeça em suas própria pernas quando o assunto é roteiro. Optando por uma versão clara e limpa de como os grandes robôs chegaram à Terra, a história apela para cenas que contém batalhas espetaculares entre as máquinas vivas, alternando tudo isso com uma pitada de emoção e músicas muito bem selecionas, compondo a ótima trilha sonora do espetáculo.
Shia Labeouf (Constantine)mostra que sabe o que está fazendo no papel de Sam Witwicky, portador de um dos robôs. Sem mais delongas, o filme é histórico.
Passando para o mês de agosto, é a hora de John Mclane (Bruce Willis) voltar às telonas.
Duro de Matar 4 passa a ser o longa mais assistido da franquia. Porém, infelizmente, não se pode dizer o mesmo de sua qualidade. O foco dessa vez são os aparelhos tecnológicos, grande barreira na vida do imortal personagem de Willis. Imortal, pois essa é a impressão deixada pelo diretor ao colocar em cena uma pessoa que se envolve em diversos acidentes, leva tiros, pula de jatos e mesmo assim continua em pé.
Apesar de tudo, é um prato cheio para os adoradores de ação frenética. Não exigindo mais do que isso e tendo em mente que a fita é inferior aos outros longas da série, pode-se curtir mais um filme cheio de explosões e mortes proporcionadas por Mclane.
No dia 17 de agosto, um dos desenhos mais famosos do planeta tem sua versão cinematográfica:
Os Simpsons. Apesar da voz de Homer estar totalmente desconhecida devido à mudança de seu dublador, basta responder algumas perguntas para começar a criar gosto pela película: O filme faz rir? Sim. A história vai além do que se vê num episódio normal da série? Não. É preciso mais do que isso? Não.
Pronto! É só ter isso em mente que ninguém irá se decepcionar após assistir aos 90 minutos da comédia.
Uma semana depois, somos presenteados com mais uma maravilha do diretor Paul Greengrass (Vôo United 93), chega ao fim a trilogia Bourne. Normalmente, quando uma franquia chega a seu terceiro e último capítulo, o longa é superestimado e não cumpre com o prometido. Não é o caso de “Ultimato Bourne”, onde as expectativas são superadas e todas as dúvidas anteriores são passadas a limpo. É inegável que o clima de "Identidade Bourne" foi revivido pois, apesar das falhas do primeiro filme, ele pode ser considerado o melhor do gênero nos últimos tempos. Matt Damon não deixa a desejar e associa a imagem de seu personagem a si mesmo com o decorrer do tempo, fazendo desta, uma das melhores fitas do ano.
Dia 5 de outubro é marcado por duas grandes estréias. Uma delas é “Resident Evil 3: A Extinção” que não vale a pena ser comentado, simplesmente porque é a pior transição game/cinema já feita. A outra é o longa mais polêmico do Brasil nos últimos tempos: “Tropa de Elite”. Essa euforia em volta do filme não passou de estratégia de marketing, afinal esse estrondoso sucesso não seria alcançado se várias mídias de divulgação o encarassem apenas como mais uma produção nacional. Não há o que reclamar do roteiro em si, pois mostra a realidade como ela é, atingindo a dinâmica do pensamento e encarando tudo com grande seriedade.
Mas há um porém, a receita desandou depois de um mês: passou a ser desgastante ouvir a frase “Pede pra sair!” em todos os lugares. Além disso, foi anunciada uma série inspirada na película. Será que ninguém mais consegue ter idéias inovadoras hoje em dia? Francamente, às vezes é preciso esquecer as bases e arriscar ao invés de pegar um nome e expandi-lo.
A próxima sacada seria “A Lenda de Beowulf”, lançado no dia 30 de novembro. Sua promessa era nos dar outra visão para a palavra ‘animação’. Tomando como raízes os efeitos usados em "Expresso Polar", o longa decepciona em maior parte de sua exibição, chegando a ser vago e tedioso. Apesar da notável evolução na arte de criar a partir de computadores, está longe de ser adequada, requisitando ainda mais exploração por parte dos técnicos e especialistas na área.
Finalizando o ano, temos “A Bússola de ouro” como estréia de Natal. Prometendo mais do que pode cumprir, há um certo destaque em relação aos ursos polares, porém a complexidade do roteiro abala seu desenvolvimento natural. A garota Dakota Blue Richards realiza um bom papel como protagonista, mas infelizmente não faz jus à produção. Apesar disso, não deixa de ser um bom filme, apenas não pode ser levado a sério.
Enfim, 2007 foi um ano recheado para os cinemas. Ano forte para novas experiências e um grande começo para algumas franquias, mas os destaques ficaram para os terceiros capítulos de trilogias, mesmo que alguns não tenham encerrado a série com chave de ouro.
A expectativa para 2008 é grande, com nomes fortes como Cloverfield, Batman The Dark Kinght, Indiana Jones 4 e Harry Potter e o Enigma do Príncipe, fora as fantásticas surpresas que sempre surgem no decorrer da temporada.

Clique aqui e leia a crítica completa...