sábado, 26 de abril de 2008

SUPER-HERÓI: O FILME

Não pense que “Super-Herói: O Filme” é uma paródia diferenciada e interessante, pois está longe de ser. O único ponto que pode chamar a atenção no longa é o seu tema. Sim, nem mesmo as adaptações de quadrinhos escaparam de ganhar uma versão cômica.
Infelizmente, não é desta vez que sentiremos orgulho de termos permanecido noventa minutos assistindo a uma comédia do gênero específico. É claro que existem situações engraçadas onde é inevitável não deixar escapar ao menos um sorriso. Mas a falta de inteligência do script fala mais alto, fazendo da película mais um conjunto de situações desinteressantes que só servem para testar o potencial do público para reconhecer os filmes parodiados.
Noventa por cento da história principal - se é que há alguma - gira em torno do primeiro “Homem-Aranha”. Rick Riker (Drake Bell) é o Peter Parker da vez, um garoto simples e zoado pelos maiorais do colégio onde estuda. Mas tudo começa a mudar quando, numa visita a um centro de pesquisas, Rick é picado por uma libélula geneticamente modificada e ganha super poderes característicos.
Como toda narrativa do tipo, um vilão era mais do que obrigatório. Para isso, temos o Ampulheta. Um homem que, após experiências e uma história muito mal contada, depende de forças humanas para se manter vivo, então ele simplesmente as suga das pessoas.
Obviamente, todo esse roteiro é plano de fundo. Qualquer elemento torna-se uma mera desculpa para que cenas humorísticas e sem sentido sejam jogadas na tela. Ponto negativo para o diretor Craig Mazin (Todo Mundo em Pânico 4) que, após ter comandado vários filmes do gênero, já deveria saber que a premissa destas películas está desgastada e inovações são sempre bem vindas.
Drake Bell (Os Seus, os Meus e os Nossos) não se encaixa bem no papel principal. O ator se esforça para encenar uma versão caricata do escalador de paredes original, mas não chega nem perto do sucesso. Às vezes parece que a produção estava tão desesperada para encher o longa com os mais diversos tipos de piadas que passaram por cima de péssimas atuações e buracos no projeto.
Drake não passa de um espelho para o resto da equipe de atuação. Com exceção de Leslie Nielsen (Corra que a Polícia Vem Aí), o grupo parece simplesmente não fazer diferença alguma no projeto em si; deixando a sensação de que ninguém estava dando a mínima para o resultado final, apenas queriam terminar logo as filmagens para acrescentar mais uma sátira em suas filmografias.
Apesar de o arco principal ser focado em apenas um filme, temos outras citações no decorrer da fita. “Quarteto Fantástico” empresta Sue e Johnny Storm - respectivamente, Mulher-Invisível e Tocha-Humana. Há uma breve visita à mansão Xavier, onde sua versão afro-americana dá as caras ao lado de outros mutantes já conhecidos. E nem mesmo o excelente “Batman Begins” é deixado de lado, pois a infância de Rick é contada em cima da história do Homem Morcego.
Os efeitos visuais são sempre uma atração à parte nas adaptações. Infelizmente (ou não) “Super-Herói: O Filme” passa longe de ser um exemplo para os próximos filmes do gênero a serem produzidos. Todas as situações que normalmente exigem um computador e uma boa equipe realizadora são completamente superficiais, deixando o gosto de regressão em nossas bocas após o término da sessão cinematográfica.
A trilha sonora deveria ser um complemento ao projeto. Mas a mesma peca na sua concepção, deixando claro a ignorância de seus idealizadores.
Ou seja, há inúmeros motivos para que o longa seja deixado de lado. Afinal, se a película fosse mesmo um espetáculo, não iria inspirar-se e copiar filmes já consagrados da história do cinema.

Nota: 4

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